quarta-feira, 4 de março de 2009

.. quase sem fim, Um desejo sem limites


Bem que eu ontem escrevi que não me apetecia voltar à realidade. E não. Está duro!
Fim-de-semana, época de férias, telefonam amigos de longa data que já não vemos desde o Natal.
A eles juntamos outros e... dou por mim rodeada de crianças, que é como quem diz, com duas crianças giraças de idades distintas a passar parte da tarde e das suas descobertas comigo, a abraçar-me, a chamar-me, a sorrirem-me. E as fotos de outra, com idade entre estes dois, espalhadas pela casa do outro amigo que visitamos. Não está: foi com a Mãe e a Avó para a praia, mas há "marcas" suas pelos compartimentos da casa por onde me desloco: as tais fotos, os jogos e o cantinho na cozinha que me fez ficar estarrecida e imóvel durante alguns longos e fortes segundos.
Uma mesa e uma cadeira pequenas, jogos, folhas, lápis de cor e outras ferramentas de diversão e criatividade. Tudo arrumadinho, que ele foi para a praia. Na parede os seus desenhos afixados, as suas pinturas.
Mil e um pensamentos povoam o meu cérebro e o coração fica apertadinho: será que algum dia vou ter o privilégio de ter um pilantrinha e lhe poder proporcionar um cantinho daqueles? Expôr, cheia de orgulho, os seus desenhos? Sentar-me a seu lado e brincar com ele/a?
Será que algum dia vou ter fotos suas para espalhar, com um sorriso nos lábios, pela casa?
Será que algum dia vamos poder ir à praia, brincar com as ondas e fazer túneis na areia?
Será que algum dia vou ter uma família com filhos?
No regresso a casa venho calada: dói-me falar porque só me apetece chorar.
Posso estar a ser melodramática, estou concerteza melancólica e sou, sem dúvida, uma romântica. Não estou a conseguir centrar-me no "bright side of life", mas é assim que me sinto e é para isso que criei este canto. Para chorar as lágrimas, transformadas em palavras, sem que ninguém me impeça ou recrimine.
Hoje sofro, como já ao acordar sofri ao recordar imagens e sensações de, num sonho, estar a dar de mamar. E que sensações (no meio da confusão que era o dito sonho)!!
Como pode o nosso inconsciente ser tão consciente? Como pode um sonho parecer tão real que até um mamilo dói?
Como dizia Binet "Há dentro de mim um senhor misterioso, que comanda escravos; vejo os escravos sair de casa e cumprir as ordens recebidas; mas o senhor não o vejo, nunca o vi, jamais o verei; ignoro o que ele é, o que ele quer, o que ele pensa; e todavia esse senhor sou eu." (1911)
Sinto-me escrava de mim mesma... e dos meus sonhos!




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Minha princesa se chamará ..

Minha princesa se chamará ..
Alicia Lima de Azev